quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

AS QUATRO SERGIPANAS

GILFRANCISCO: Jornalista, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancisco.santos@gmail.com

No último dia 30 de janeiro, na cidade do Crato (CE) no Teatro Municipal Salviado Arraes Saraiva, realizou-se sessão solene em que estiveram reunidos os intelectuais de Sergipe Luiz Eduardo Oliva, Diretor-Presidente da Segrase e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais, e o Consultor Editorial, Gilfrancisco conjuntamente com representantes de importantes instituições da região do Cariri, jornalistas, intelectuais, religiosos da cidade do Crato.
O evento foi patrocinado pela Revista A Província, dirigida pelo professor Jurandy Timóteo, o Departamento Histórico Diocesano Padre Antônio Gomes de Araújo, da Diocese de Crato e a Secretaria de Cultura do Município de Crato e teve como pano de fundo o a discussão do intercâmbio Cultural entre o Estado de Sergipe, inicialmente através da Segrase- Serviços Gráficos de Sergipe (Editora Diária Oficial) e o Município de Crato. O início dessa parceria será a reedição do livro "As Quatro Sergipanas", do Monsenhor Montenegro, que se encontra esgotada. O livro registra a saga dos primeiros desbravadores da região do Cariri, que chegaram no início do século XVIII, eram oriundos da Província de Sergipe Del Rey. O meritório trabalho do Monsenhor Francisco Holanda Montenegro, fruto de muita paciência e muito amor, pois ele compulsou documentos, alinhou fatos, buscando as raízes mais longínquas dentro de um dos ramos mais difíceis da história: a Genealogia. Coube ao jornalista cratense Pedro Jucá, o discurso da noite de abertura da cerimônia que por deferência dos cratenses foi presidida pelo sergipano Luiz Eduardo Oliva. Abaixo as palavras de abertura pelo jornalista cearense Pedro Rocha Jucá.

(Da Redação)


Pedro Rocha Jucá

Escritor, membro da Academia Matogrossense de Letras, Jornalista e membro do Instituo Histórico e Geográfico do Mato Grosso.
Lá em Cuiabá houve uma festa comemorativa aos 170 anos da Imprensa Oficial de Mato Grosso. Naquele momento, coube ao Dr. Luiz Eduardo Oliva saudar a todos os presentes em nome do ABIO-Associação Brasileiros de Imprensas Oficiais, quando, de improviso, a todos no tocou pela fala sincera, objetiva, alargando a visão do país e a importância das imprensas oficiais brasileiras.
Neste momento aqui nesta cidade do Crato, trago o meu improviso nas emoções de um cratense distante, para homenagear uma figura extraordinária que conheci em setembro de 2009 e que hoje para honra nossa está aqui presidindo esta solenidade. Confesso que nesse espaço cultural, onde tivemos na minha época o Cine Moderno, iniciativa de Macário que morou um bom tempo ao lado da casa onde nasci aqui na rua José Carvalho estou vivenciando um momento histórico para Crato pela presença deste sergipano que eu conheci, em setembro, na solenidade do centésimo setuagésimo aniversário da Imprensa Oficial de Mato Grosso, e fui surpreendido por suas palavras, representando a Associação Brasileira de Imprensas Oficiais, quando citou trechos do meu trabalho.
Terminada a cerimônia eu o procurei para agradecer a sua gentileza e na oportunidade eu me lembrei que monsenhor Francisco Holanda Montenegro havia escrito um livro chamado “As quatro sergipanas”, publicado em 1996, livro que estava esgotado e para minha alegria, minha felicidade, o dr. Luiz Eduardo Oliva assumiu de imediato a republicação desse livro através da Imprensa Oficial do Estado de Sergipe. Posteriormente por contatos telefônicos e por e-mail combinamos este encontro aqui em Crato, encontro este em que tivemos a oportunidade de contar com a colaboração de Jurandy Timóteo e outros membros do meio cultural cratense. Posso afirmar que ao conhecê-lo eu conheci também uma figura extraordinária da literatura, da historiografia, do jornalismo de Sergipe. E para reforçar o momento histórico daquele encontro nós temos vários pontos em comum: jornalista, historiador, também pertenci a Imprensa Oficial do Estado do Mato Grosso como presidente do Conselho Consultivo em várias oportunidades. Além disso, eu fui nomeado na primeira vez, por um sergipano, o então governador de Mato Grosso José Garcia Neto e fui mantido no Conselho durante três governos e me afastei do Conselho devido as minhas múltiplas atividades.
A sua presença aqui em Crato representa o reencontro do Cariri com Sergipe, porque na nossa história regional tivemos em Juazeiro, Missão Velha e Barbalha, uma forte influência alagoana, mas aqui em Crato a influência maior foi a de Sergipe. Está bem explicada no livro do Monsenhor Montenegro. Confesso ao senhor que eu sou um dos descendentes dessas quatro sergipanas. Recebi um exemplar das "quatro sergipanas" das mãos do Monsenhor Montenegro. Parece que o destino, ele foge do controle meu, seu e de todos nós, aliás, eu sempre digo que nós quando conseguimos alguma vitória esta é decidida por alguém lá encima, não é por nós. Somos meros executores de gestos de atividades, de decisões. Mas a origem de todo esse poder de tornar realidade aquilo que nós sonhamos e almejamos vem de Deus. Estamos diante dessa pessoa de certa forma, até a gente pensa que ele não é tão importante como o é hoje. Atarefado com tantos problemas, inclusive ele tem que voltar hoje de madrugada para Sergipe e vai precisar ir à Fortaleza, Salvador para voltar a Aracaju, porque amanhã ele já tem um compromisso e lançamento de mais um livro publicado pela Editora Diário Oficial.
Ele se dedicou como uma expressão na intelectualidade sergipana, ao setor editorial que ele vem enriquecendo dentro da Imprensa oficial daquele Estado. Com toda conquista da tecnologia, da informática, com todos os meios de comunicação, o livro impresso jamais deixará de ter a sua importância. O exemplo está ai hoje, monsenhor Montenegro de saudosa memória para mim, já não está no nosso convívio, mas ele está presente hoje aqui através da sua obra literária, do seu pensamento, da sua capacidade extraordinária em pesquisar a história da nossa região.
Feliz de nós encontrarmos o Dr., Luiz Oliva, essa nossa sensibilidade de entender a importância desse momento da sua presença, desse seu sacrifício até de ordem pessoal, de cumprir essa agenda dentro de um todo e bem completo, chegar até nós e trazer o seu apoio e buscar no meio cultural de Crato um dos mais expressivos do nosso país e ninguém pode ignorar, pode ser até carente de certos valores materiais, mas tem fortes indícios de valores culturais, que transportam através de gerações, através de nomes como o do Padre Antonio Gomes de Araújo, meu padrinho de crisma, um dos homens mais importantes da região. E amanhã eu tenho certeza que alguém vai motivar o Dr. Luiz também a republicar suas obras. Vimos surgir novas gerações que não enriquece esses valores nossos aqui da cultura de Crato. O Cariri Dr. Luiz é mais importante do que imaginamos, Sergipe é mais importante para o Cariri do que imaginamos. Se nós formos fazer uma análise mais profunda, aqui está também conosco não só a origem sergipana suas, nessa noite de Sergipe Del Rey, aqui se encontram também os descendente daqueles desbravadores da terra de Tobias Barreto, entre os quais o Pe Cícero Romão, onde somando nossas inteligências contribuímos para o nosso Brasil de hoje, este país dinâmico que está se evoluindo permanentemente.
E fiquei feliz também com sua presença, ao trazer o Gilfrancisco. Gil tem vinte e dois livros publicados, sobre os mais variados assuntos - levante, por favor, Gil, para que todos possam vê-lo! (palmas). Baiano, filho de sergipano que volta à Sergipe e vai assessorar o Dr. Luiz Oliva. Daqui pra frente queira Deus, queira nossa Senhora da Penha, a nossa padroeira, queira as nossas raízes históricas e religiosas para que possamos transformar esse momento no primeiro passo, para outras atividades, outras publicações e vou encerrando minhas palavras.
Eu estava preparando a sua considerável biografia, o dr. Luiz onde ele entra é um homem que se destaca, ele realiza, transforma. Agora mesmo esta fazendo uma revolução na Imprensa Oficial do Estado de Sergipe. Ele tem uma visão futurista, tão ampla que saiu de Sergipe, por não se conformar com o que está fazendo pessoalmente, administrativamente e vem aqui a Crato abraçar a nós descendentes de Sergipe. Posso afirmar que tem a nossa gratidão e não esqueceremos de você da mesma forma que nós do Crato podemos dizer: Sergipe nós não esqueceremos jamais deste Estado, tão significativo para nós, na formação do nosso povo, da nossa gente, dos nossos valores!

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